Ellen narrando
Ele vinha na minha direção com aquela cara fechada, os olhos semicerrados e o maxilar travado. Os passos largos, o corpo tenso, como se tivesse atravessando o baile pra matar alguém. Mas era por mim. Era por nós.
Meu peito subia e descia no ritmo da música que já nem fazia mais sentido. Eu ainda sentia o sangue queimando, as mãos trêmulas, o coração disparado. Não era insegurança. Era território. Era como se, por um segundo, aquela mulher tivesse invadido um espaço que só eu podia ocupar. E isso me fez ver o quanto eu já tava entregue. Sem perceber, sem planejar… eu já era dele. E ele, meu.
Ele chegou perto, os olhos cravados nos meus. E antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele falou com a voz rouca, baixa, mas firme:
— Não faz essa cara. Não fica assim.
— As……
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