Coringa narrando
O corredor da cadeia nunca me pareceu tão apertado quanto agora. O sangue ainda fervia nas minhas veias, o coração martelava no peito, e a p***a da risada dela não saía da minha cabeça.
“Até a próxima sessão, Gustavo.”
A voz dela soou suave, calma. Tranquila demais pra alguém que eu acabei de prensar contra a parede. Pra alguém que sentiu minha mão no pescoço, apertando forte.
Ela não ficou com medo.
Essa constatação me deixou ainda mais puto.
Passei a língua pelos dentes enquanto os guardas me escoltavam de volta pra cela. Minhas algemas tilintavam toda vez que eu mexia os braços, mas eu nem sentia. Minha mente ainda tava naquela sala, naquela desgraçada me olhando como se tivesse ganhado.
Ela acha que me entende.
Ela acha que pode ler minha mente.
Ela acha que pode……
Waiting for the first comment……
Please log in to leave a comment.