Ellen narrando
Assim que desliguei a ligação, fiquei ali, parada, olhando pro nada.
As palavras dele ecoavam na minha cabeça, repetindo sem parar, como um disco riscado. Tudo o que ele falou. Tudo o que eu ouvi.
E a única imagem que vinha à minha mente era ele, correndo pela quadra do presídio com Guilherme no ombro, como eu vi naquela visita.
Era quase impossível conectar as duas versões do mesmo homem. O Coringa que eu via nas consultas, afiado, provocador, sempre tentando mexer comigo… e o Coringa pai.
O cara que, em todas as sessões, falava do filho como se fosse a única coisa que realmente importava. Como se o mundo dele se resumissem àquele menino.
E apesar de tudo, eu via verdade nisso.
Era no olhar dele. No brilho que surgia quando ele falava do Guilherme.
E eu sabia. Sabia porque conhecia……
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