Capítulo 03

A Psicóloga do traficante 1514 words 2025-03-09 00:49:49

Ellen narrando

- chega Alexandre! - eu esbravejo deixando claro a minha insatisfação com toda essa situação - eu já te disse que a minha decisão está tomada, eu vou sim trabalhar no presídio, e o meu sonho, é o que eu quero, e não vou desistir- eu grito com ele saindo do banho e ele vem atrás de mim enrolando a toalha na cintura

O que era pra ser uma manhã calma, de expectativas e ansiedade para o meu primeiro dia de trabalho, se tornou mais uma discussão entre nós, como já vinha sendo de costume, desde que eu decidi seguir o meu sonho, e ele nem sua família aceitam.

- você não precisa nem trabalhar, eu sustento você, você só precisava da p***a do diploma, é só um papel, já tem, nós já te demos a faculdade, mas ai pra que você quer se enfiar na p***a de um presidido c*****o ?- ele grita irritado - você é mulher do prefeito dessa cidade, não precisa dessa p***a - ele esbraveja apontando o dedo na minha cara

- abaixa esse dedo- eu falo baixo com ele tentando manter a calma e não perder a linha com ele - eu tô cansada de você toda vez jogar na minha cara que graças a você e sua família, eu me formei- eu falo já sentindo minha garganta travar de raiva - pra você pode ser só um papel, mas pra mim não e- eu falo irritada e começo a me vestir - eu amo essa profissão, e eu não vou ficar na sua aba, eu não quero que você me sustente, eu não quero que você fique jogando tudo na minha cara, eu vou sim trabalhar e pagar cada centavo que você e sua família pagaram naquela faculdade, e você nunca mais vai poder jogar isso na minha cara - eu falo estressada e coloco minha lingerie virando de costas pra ele

Vesti a minha calça social bege, minha camisa social branca, meu salto, e estava ajeitando o meu cabelo quando ele volta a encher o meu saco, enquanto se arruma também

- você não pensa em mim né ? Não pensa na minha honra- ele fala e eu começo a me maquiar estressada já com ele - eu sendo prefeito da cidade, e a minha mulher trabalhando num presídio, você não pensa que isso é uma vergonha pra mim ?- ele grita e eu me altero

- vergonha seria se eu ficasse o dia inteiro atoa, se eu fosse uma encostada, se eu quisesse viver na sua aba, aceitando você jogar as coisas na minha cara, ficasse o dia inteiro te bajulando, andando atrás de você te adoçando, ou ficar aceitando presentinhos em local de serviço- eu alfineto ele que se cala na hora - eu nasci pra correr atrás do meu, eu te agradeço por ter me ajudado, você e sua família, mas eu não nasci pra ser encostada em ninguém e nem ficar aceitando humilhação e ter as coisas jogadas na cara, não sou esse tipo de pessoa e você sabe muito bem disso - eu me altero, pego a minha bolsa e saio do quarto com o choro entalado, mas eu não ia dar esse gostinho pra ele, nunca!

- amor, não é isso, eu abro uma clínica pra você, princesa, eu só não quero você dentro de um presídio, você não precisa disso minha vida, por favor, vamos conversar - ele vem todo manso descendo as escadas ajeitando o cinto na calça

- não tem conversa, Alexandre - eu falo seca com ele abrindo a geladeira - eu não quero mais nada de vocês, você tá perdendo o limite jogando tudo na minha cara, querendo me privar do meu sonho, e que eu fique feito um troféu do seu lado, sendo que eu nunca fui desse tipo, mas parece que você esqueceu disso - eu falo e deixo a jarra de suco cair no chão virada pra ele e suja ele todo

- p***a ellen, tá vendo ? Você não presta atenção em nada, mas que inferno - ele começa a gritar de novo comigo

- a culpa é sua, você não me dá paz, eu não aguento mais esse inferno que você está fazendo aqui dentro dessa casa- eu jogo a alça da jarra que ficou na minha mão em cima dele e saio pegando q minha bolsa

Chega! Nem café da manhã eu quero tomar. Eu não aguento mais ouvir os gritos desse homem, eu não aguento mais ouvir a sua voz, se ele soubesse tudo o que ele tá fazendo… a merda que ele tá fazendo… ele me deixaria em paz, porque eu estou por um fio de jogar tudo pelos ares.

Eu entrei no meu carro que foi meu presente de vinte anos, que ele me deu a alguns anos atrás e fui indo para o presídio

No caminho a minha mente estava a milhão, minhas mãos suavam. Eu estou muito ansiosa, mas principalmente porque eu não vejo a hora de quitar tudo o que eles pagaram para eu me formar, eu quero quitar tudo. Só assim o Alexandre e nem a família dele poderão jogar nada na minha cara, nunca mais!

Eles se acham tanto por terem feito da cidade um monopólio comandado politicamente pela sua família, pelos negócios ilícitos que eles tem, eles acham que eu não sei, que eu penso que eles são perfeitos, até parece!

Eu sei de muito podre dessa família, e eles se entitulam como a família perfeita, erguida pelo senhor!

Mas na verdade eu nunca vi tanta gente hipocrita junta, essa é a verdade!

Mas infelizmente quando eu acordei, eu já estava envolvida nesse drama, nem pra minha casa do ppg eu posso ir, o Alexandre faz uma guerra se eu vou pra lá quando brigamos

Eu quase não posso sair da casa dele, só se for pra casa de verão da família, pro sítio, ou pra casa de seus pais, se eu ousar ir pra favela, é guerra!

Eu quase não piso mais lá, realmente, tem muito tempo que eu não vou pra lá e eu sinto muita falta…

Minha mãe trabalha na casa dos meus sogros, então eu a vejo todos os dias, pois sempre que ela sai de lá ela vai na casa do Alexandre me ver, mas na favela não, na favela eu não posso pisar que ele faz um escândalo comigo…

Mas quando ele precisa de voto, ahhhhh meu amor, a primeira coisa que eu tenho que fazer é subir aquele morro, aí ele fica a pessoa mais simpática do mundo…

Eu sinto falta das minhas amigas de lá, daquele clima do morro, mas… escolhas… não adianta eu ficar me martirizando

Eu me apaixonei por ele muito nova, vinha sempre pra casa dos pais dele com a minha mãe, eu cresci com ele, meu primeiro beijo foi dele, minha primeira vez também.

Os pais dele pagaram todos os meus estudos até hoje, nós tivemos a mesma vida praticamente, e por isso eu sou MUITO grata a família dele.

Mas a chave virou, eles se mostraram a verdadeira face, quando eu me formei na faculdade, agora, tudo eles jogam na minha cara, principalmente depois de eu ter comunicado de onde eu iria trabalhar, aí sim virou um inferno na terra, e eu tô saturada de toda essa situação

- parabéns dinda, tô chegando na área, quero ver você não subir a favela pra me ver - recebo uma mensagem da minha melhor amiga

Alana, ela é simplesmente mulher do frente do ppg, nós somos unha e cutícula, eu amo ela demais, mas tem meses que eu não há vejo.

Ela não tá podendo descer pra pista, então não conseguimos nos encontrar

- é sério ? - eu ligo pra ela de vídeo depois de estacionar o carro na porta do presídio

- é sério! Descobri ontem, arcanjo tá na maior felicidade - ela fala chorando muito e me mostra o teste de gravidez

- ai cara, eu não acredito - eu falo emocionada - eu tô tão feliz, eu vou dar um jeito de ir te ver- eu falo e ela rola os olhos - olha onde eu tô - viro a câmera e mostro a ela o presídio - primeiro dia, me deseje sorte - eu falo e ela da risada

- não acredito que aquela família não te amarrou na cama pra você não ir - ela fala e eu mando o dedo pra ela - boa sorte dinda, te amo - ela mostra a barriga e eu já estava chorando

- amo vocês, quando eu sair daqui eu te ligo - eu falo com ela e concordo

Tinham várias mensagens do Alexandre e ligações, e ele continuava insistindo, mas eu não ia atender, por hoje eu já estou saturado da sua voz!

Sai do carro, me ajeitei, respirei fundo e segui para o meu primeiro dia de trabalho!

Eu tô tão empolgada, mesmo sabendo de todos os riscos e dificuldades, foi por isso que eu escolhi estar aqui, eu amo um desafio!

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