Eleni terminou de arrumar suas coisas no quarto 3B, ou pelo menos o lado que lhe cabia. O ursinho de pelúcia estava sentado na cama, os pôsteres de animes fofos cobriam as paredes brancas, e a luminária em forma de lua projetava uma luz suave no ambiente. Ela olhou para o lado n***o do quarto, onde as velas roxas ainda queimavam e o crânio de gato parecia observá-la com olhos vazios.
— Bem, pelo menos meu lado está aconchegante — murmurou, tentando ignorar a sensação de que o unicórnio infernal estava de olho nela.
Com um último suspiro, Eleni saiu do quarto e caminhou até a porta ao lado: 3A. O quarto de Caliope. Bateu levemente, os dedos tremendo de ansiedade.
— Quem é? — a voz de Caliope veio de dentro, cansada e um pouco irritada.
— Surpresa! — Eleni gritou, incapaz de conter a empolgação.
A porta se abriu lentamente, revelando Caliope Wessex com o rosto pálido e os olhos arregalados. Ela estava de moletom, os cabelos escuros desalinhados, e segurava uma xícara de café que parecia ter sido reheated várias vezes.
— Eleni? — Caliope balbuciou, quase deixando cair a xícara. — O que você está fazendo aqui?
— Eu pedi transferência! — Eleni anunciou, abrindo os braços para um abraço. — Estou morta de saudade de você!
Caliope hesitou por um segundo antes de abraçar a irmã mais nova. O cheiro de lavanda e café envolveu Eleni, trazendo uma onda de nostalgia.
— Eu... eu também senti sua falta — Caliope admitiu, a voz um pouco trêmula. — Mas, Eleni, o que você está fazendo aqui? Isso é... perigoso.
Eleni soltou o abraço, olhando para a irmã com um sorriso travesso.
— Perigoso? Porque? Você está aqui, não está? E nós sempre fazemos tudo juntas.
Caliope franziu a testa, os olhos escuros refletindo uma mistura de preocupação e frustração.
— Eleni, isso não é uma brincadeira. Eu estou aqui em uma missão para a família. É sério.
— Missão? Que missão? — Eleni perguntou, os olhos brilhando de curiosidade.
Caliope suspirou, fechando a porta do quarto e guiando a irmã para dentro. O lugar era minimalista, com uma cama arrumada, uma escrivaninha cheia de livros e um laptop aberto. No canto, uma mala semiaberta revelava roupas e alguns objetos que Eleni não reconheceu.
— Eu não posso te contar tudo — Caliope começou, sentando-se na cama. — Mas saiba que não é seguro. Você não deveria ter vindo.
Eleni sentou-se ao lado dela, os olhos verdes cheios de determinação.
— Cali, eu não sou mais uma criança. Eu posso te ajudar. Duas cabeças pensam melhor que uma, lembra?
Caliope olhou para a irmã, os lábios se curvando em um sorriso triste.
— Eu sei que você quer ajudar, mas isso é... complicado. E perigoso. Eu não quero que você se machuque.
— E eu não quero que você se machuque sozinha — Eleni respondeu, pegando a mão de Caliope. — Nós somos irmãs, Cali. Sempre fomos uma equipe.
Caliope ficou em silêncio por um momento, os dedos apertando os de Eleni.
— Está bem — ela finalmente disse, com um suspiro. — Mas você precisa me prometer uma coisa.
— O que?
— Você segue minhas regras. Sem perguntas, sem desvios. Se eu disser para você sair, você sai. Entendeu?
Eleni hesitou, mas acabou concordando com a cabeça.
— Entendi. Prometo.
Caliope sorriu, puxando a irmã para outro abraço.
— Estou feliz que você esteja aqui — admitiu, a voz suave. — Mas, por favor, tenha cuidado.
— Eu sempre tenho cuidado — Eleni respondeu, com um sorriso travesso.
Caliope riu, abanando a cabeça.
— Isso é o que me preocupa
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