Noite de verão
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O que era pra ser só um trabalho de quinze dias virou lembrança eterna.
Aurora chegou no morro como quem não promete nada: mala pequena, olhar curioso e o corpo leve de quem dança com o impossível. Contorcionista de circo, dessas que dobram a realidade com o próprio corpo, ela tinha um riso fácil e um segredo no peito. Não esperava encontrar nada ali. Só cumprir o combinado e seguir viagem com a trupe
Mas o morro tinha seus próprios planos. E no meio dele, estava Guilherme.
Ele não era mágico, nem poeta, mas tinha um jeito de olhar que fazia o tempo desacelerar. E quando a viu pela primeira vez, pendurada no tecido vermelho sob a lua, entendeu que aquela mulher era uma história inteira, e que ele tava prestes a entrar nela.
Durante quinze noites de verão, os dois esqueceram o mundo. O barulho da cidade, os medos, o passado. Tudo ficou pequeno diante daquilo que só eles sabiam. Uma conexão rápida, intensa, daquelas que a gente sente nos ossos.
Depois, como tudo que é raro, acabou.
Ou pelo menos… parecia ter acabado.
Unfold
Epílogo – Interior de Minas, Dez Anos Depois
— Mamãe! Eles estão chegando! — Luna, agora com onze anos e já mais alta do que eu imaginava que seria, desceu as escadas da varanda calmamente. Estava com um livro debaixo do braço, a franja presa com um prendedor de flor.
Eu enxuguei as mãos no ave……
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