ELA
Ele sorriu, satisfeito, quando rejeitei Rules e o humilhei diante do que restava de nosso clã, sem se dar conta ou se importar com o meu coração sendo despedaçado sucessivamente.
Rules, meu pai, tentava me proteger ao esconder a minha origem. Eu sabia disso, no entanto, isso não diminuiu a dor ao ser renegada por ele.
“Uma órfã sem valor”
— Agradeça pela sua liberdade, Rules! Graças a ela, a sua vida será mantida. — Ele se virou para o meu povo e continuou do alto de sua arrogância: — Apresento a vocês o segundo Beta Rules, que gerenciará este território sob o meu comando. Isso se vocês desejarem manter um derrotado como zelador deste lugar, fiquem a vontade para eleger qualquer outro mais qualificado! Deixarei alguns dos meus generais solo para garantir a segurança de vocês até segunda ordem. Espero que o harém ofereça boas fêmeas para eles!
— Nossas fêmeas decidem com quem acasalam, Alfa Orium! — Disse em voz baixa, controlando a minha raiva diante de tamanha atrocidade.
Ele veio para o meu lado sem o sorriso debochado.
— Duvido muito que elas tenham opções melhores e mais honradas do que os meus homens, fêmea!
— Desde que a decisão seja delas, Alfa Orium, não haverá dolo! — Mantive a postura. — O seu nome é conhecido por obedecer às leis do Conslho, e essa é a lei!
— Folgo em saber que uma “órfã sem valor” tenha conhecimento das leis e tenha voz para se expressar. — Ele se aproximou ainda mais, sua essência agindo para confundir a minha mente e o meu corpo, que reagiu desejando ainda mais contato. — Me diga uma coisa, fêmea, quantos machos escolheu para acasalar por aqui? Não vi nenhum deles falar por você! — Sua voz era baixa e ameaçadora.
Apesar da hostilidade na aura dele, a minha natureza estava em alerta, se regozijando com a força do macho Alfa com quem compartilhávamos o vínculo. Como loba, era puro instinto animal, as palavras desonrosas dele não a afetavam, não com ele tão perto dela exibindo a sua virilidade.
Ele estava tão e******o quanto colocou a mão na minha cintura, qeu o m****o dele parecia estar zangado.
— Ela é intocada! — Meu pai se levantou, suas mãos fechadas em punhos, desejoso de fazer algo, mas sua fraqueza evidenciada pela inércia. — Nossas fêmeas se guardam para o companheiro, honramos a Grande Deusa!
Orium riu, debochado. Enquanto falava, caminhava lentamente ao meu redor, seus olhos passeando pelo meu corpo.
Senti-me como um pedaço de carne fresca diante de um lobo faminto.
— Honram a Grande Deusa e escondem uma Luna de Nascimento? Se unem a pervertidos traidores contra Alfa Ares, um Alfa escolhido?
Rules abriu a boca para dizer algo, mas calou-se rapidamente. Abaixou a cabeça derrotado mais uma vez.
Fraco e derrotado, diferente da imagem que tive dele durante toda a minha vida. Quando era um filhote, eu o idolatrava, acreditava que ele era o lobo mais forte do mundo todo. Um alfa, com todo o seu poder e glória, governando o nosso povo, impondo sua autoridade mesmo quando eu discordava de suas decisões.
— Vinte generais ficarão para manter a ordem, com o contingente de quinze lobos para cada.
— Muito bem, Beta Zenir! Teve a sua vingança, meu amigo! Agora, vamos embora, a distância é longa demais para perdemos mais tempo neste lugar!
Ele e o Beta trocaram cumprimentos, satisfeitos, comemoravam o que, para eles, foi mais uma vitória.
Enquanto eu, sentia-me mais derrotada do que nunca, encarei as pessoas com quem convivi até aquele momento com pesar.
Alguns abaixaram a cabeça, constrangidos, enquanto outros tentavam se despedir com um pequeno sorriso forçado e triste.
— Fêmea, o que está esperando? — Orium perguntou parando do meu lado.
— Tenho que buscar as minhas coisas.
Ele ergueu uma sobrancelha e me olhou de cima a baixo.
— Não precisa de nada daqui. — Ele falou apontando a minha roupa com desdém. — Terá o que precisa no meu clã, apenas venha!
Ele terminou de falar e saiu andando com o Beta, certo de que eu o seguiria. Pelo visto, estava acostumado a ter todas as suas vontades satisfeitas. Não me surpreende que, como herdeiro do mais rico clã de Oníria, ele estivesse acostumado com a própria importância.
Em vez de segui-lo, fui até onde havia deixado o meu cavalo. O animal estava agitado com tantos lobisomens estranhos tão perto, seu instinto indicava que estava cercado de predadores.
Me aproximei devagar, para ele reconhecer o meu cheiro e acarinhei o focinho. Ele relinchou um pouco, deu um passo para trás, arisco como era, mas logo aceitou o toque e se aproximou, lambendo a minha mão.
— Gosta desses animais? — A voz de Orium soou atrás de mim.
Próximo demais, os pelos de minha nuca se arrepiaram e o meu coração bateu mais forte.
— Sim, amo cavalos, foram minha companhia quando filhote. Esse é o meu favorito, veloz e fiel, mas com personalidade forte.
Não sei o que me deu para falar tão amigavelmente com ele, mas o vínculo estava se firmando e era cada vez mais intenso o desejo de agradá-lo.
— Nós iremos na forma de lobo, se preferir, pode alçar no seu animal se quiser. A viagem é longa.
Ele me fitou, esperando que eu dissesse algo.
Ele queria que eu agradecesse pela “benevolência” que estava me demonstrando?
Ignorei o seu olhar e segurei a cela, me preparando para ascender e senti as mãos dele na minha cintura, me impulsionando para cima. Acertei a minha posição com os nervos a flor da pele, o calor do seu toque reverberou por todo o meu corpo.
— Nunca vi uma fêmea que montasse um animal desses com tanta naturalidade. Herbívoros costumam ser arredios na nossa presença, mas esse parece gostar de você.
— Como eu disse, cresci com cavalos, e esse aqui é especial para mim.
Ele olhou para mim e passou a língua pelos lábios. Virei o meu rosto, proibindo a mim mesma de reagir ao desejo evidente em seu olhar, e incitei o animal para seguir os lobos já transformados que aguardavam pelas ordens do Alfa, me afastando para respirar ar puro e poder raciocinar, longe da influncia do seu cheiro.
Acompanhei os lobos de Orium, eram fortes e ágeis como eu nunca tinha visto antes, nem mesmo meu pai ou meu tio desviavam os obstáculos com tamanha destreza.
Eu estava impressionada.
Não era sem motivo que o clã deles era o mais influente dentre os lobisomens.
O céu apresentava mais nuvens, pesadas e escuras, escondendo os tons rosa-alaranjados do pôr do sol. O vento frio e úmido carregava a essência única do clã do Alfa até mim. Por vezes, o magnífico lobo olhava para trás, nossos olhos se encontravam e eu podia sentir o vínculo se firmando.
Os lobos mudaram de posição, segurei firme as rédeas e puxei o freio lentamente, diminuindo a velocidade do galope.
Orion foi o primeiro a retornar a forma humana. Ele deu algumas ordens aos seus homens antes de me procurar. Eu estava atrelando o cavalo a uma árvore quando ele chegou perto de mim, nu.
Engoli o excesso de saliva ao estar na presença de um espécime tão deleitável. Minhas entranhas reverberaram o efeito o meu companheiro tinha sobre o meu corpo. A minha loba apreciou cada centímetro que o compunha.
Ela estava satisfeita com o seu físico, ficou ainda mais satisfeita quando, ao parar ao meu lado, o pênis dele endureceu. Ele exibia, orgulhoso, a sua sexualidade diante de nós.
O cretino já tinha percebido que eu não conseguia parar de olhar, ainda que furtivamente, por mais que tentasse.
— Vamos pernoitar nesta clareira, meus homens armarão as barracas para nos proteger da chuva.
Resisti ao impulso de olhar para o céu e confirmar o mau tempo, na intenção de ignorá-lo pela maneira rude om a qual estava me tratando desde que nos conhecemos.
— Olhe para mim enquanto falo contigo, fêmea!
Orium segurou a minha cintura e me virou de frente para ele, nossos corpos quase se tocando. O calor que ele emanava fez o meu sangue ferver e encharcou a minha roupa de baixo.
Ele inalou o ar, o movimento de sue peito desnudo, musculoso, me deixou ainda mais molhada.
Ele balançou a cabeça e se afastou.
— Deve estar com fome, venha, compartilhe a refeição da noite comigo!
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