EMILY NARRANDO
Olho pela janela da sala da minha casa e vejo o morro que eu moro, em uma casa mais para cima do morro e em cima de outras eu vejo grande parte do morro da maré o lugar que eu nasci e fui criada, mas que pouco conheço.
Eu me chamo Emily e acabei de completar dezoito anos, sou filha dos pastor da igreja aqui do morro, minha mãe faleceu quando eu tinha dez anos, uma dor que eu carrego comigo até hoje. Eu sou ruiva natural dos olhos castanhos escuros, eu acho que tenho um corpo bem bonito, mas eu sempre ando com roupas mais discreta devido ter sido criada dentro da igreja desde que eu nasci.
Levanto um pouco os pés para ver o que está acontecendo na rua de casa, mas não consigo ver nada, eu não sou muito alta, tenho um metro e setenta e mesmo a casa sendo no alto, tem outra mais baixa que impedem ver a rua. Por que não vou na rua e vejo? Bom meu pai é um pouco rígido para não falar muito, ainda mais ele sendo o pastor da igreja, ele sempre tenta me deixar o mais escondida possível de tudo e todos aqui do morro, estou no último ano do ensino médio e para ir à escola ele me deixa no portão em busca todos os dias, eu não seu qual é o medo dele, mas enfim, eu não fico discutindo e nem questionando.
Eu nasci em berço evangélico então para eu responde meu pai, questionar e essas coisas e difícil demais, mesmo eu não me vendo dentro desse ambiente religioso, eu não vou contra o que eu aprendi desde pequena.
Mas assim, eu respeito o meu pai e a doutrina da qual eu fui criada, mas eu não sou tão b***a quanto pensam, eu não sou do tipo que baixar a cabeça pra qualquer uma não, na escola eu só tenho duas amigas e nenhuma das duas são da igreja a Camila e a Suelen, são duas doidas, porém são diferentes, Camila respeita a minha religião, já Suelen respeita, mas fala que eu sou nova demais pra ficar presa em casa sem conhecer o mundo e sem viver as coisas boas que ele pode nos oferecer. Bom eu não tenho como saber o que de bom ele tem a oferecer já que eu não saio para nada além da igreja, mas não n**o que tenho vontade, muito vontade de conhecer esse mundo a fora.
Então, na escola as vezes algumas meninas pesam demais em mim devido como me visto e a religião que eu sigo, eu acabo discutindo com algumas, as vezes Camila ou Suelen saem na mão com elas por minha causa e no fim volta tudo como estava ante. Não tenho medo de muitas coisas , até porque não conheço muitas coisas pra sentir medo, mas eu morro de medo dos traficantes aqui da maré, vigário é perverso e sem escrúpulos, eu só o vi duas vezes e as duas ele estava prestes a matar uma pessoa, eu sai correndo desviando o caminho e vindo pra casa, meu pai sempre fala pra eu evitar os caras do movimento, assim eu evito que um deles me note e me queiram pra eles, acho meio difícil, mas eu também não quero correr o risco.
PEDRO- parece que vigário morreu e outro facção está tomando o controle do morro e o TCP. _ meu pai entra em casa falando, então deve ser isso o movimento lá embaixo.
EMILY- nossa, mas é assim um morre e no outro dia chegam outros? _ pergunto e meu pai me olha e vem-me dá um beijo na testa.
PEDRO- por mim não vinha mais ninguém, mas aqui é assim, quando matam o dono do morro outro toma posse no mesmo dia ou no outro. _ ele fala e eu concordo- mas isso não é da nossa conta, o pessoal que está aí agora parece ser do comando vermelho o que é ainda mais perigoso, então já sabe não se envolva e se esconda o máximo possível. _ ele fala e eu concordo mesmo não querendo.
Achei que ao completar dezoito anos eu teria a minha liberdade, poderia decidir o que fazer e como fazer, eu gosto de ir à igreja, gosto de cantar e tudo, mas eu não concordo com algumas doutrinas e algumas coisas que eu vejo e escuto, para mim é muito preto no branco e eu acho que existem cores no meio de tudo que eles falam.
EMILY- pai preciso entregar um trabalho em grupo no próximo mês, você permite que eu vá na casa de uma amiga fazer, ou que ela venha aqui? são em grupo. _ pergunto e já falo.
PEDRO- é alguma menina da igreja? _ pergunta e eu n**o.
EMILY- na minha sala não tem nenhuma delas. _ eu falo e ele não gosta, mas não tem jeito é escola.
PEDRO- elas podem vir aqui e ir embora assim que terminar, em uma mês eu tenho a reunião entre pastores e vou ficar o fim de semana fora, é só você ficar como sempre ficou. _ ele fala e eu concordo.
EMILY- ta bom pai. _ eu falo e vou para cozinha começar o almoço porque de noite eu tenho aula, sim estudo de noite porque aqui o ensino médio é só nesse horário, meu pai não gosta e já tentou até mudar isso, mas vigário nunca aceitou e ainda mando ele ir para aquele lugar segundo o meu pai, agora vamos ver como vai ser com a chegada desse novo chefe.
[...]
Olho no relógio e agora são seis e meia, arrumo as coisas na mina mochila, pego o meu celular e saio de casa, daqui até a escola andando é uns quinze minutos, sempre me encontro com as meninas no caminho e vamos juntas, mesmo com o meu pai atrás de mim como agora. eu vou na frente falando com elas e ele vem atrás observando tudo e todos.
No caminho eu vejo que o morro está bem mais movimentado, eu nem olho para os lados, mas a frente eu vejo Camila e Suelen e as duas parecem discutir, n**o e sigo até elas, Camila tem minha idade já Suelen tem vinte, ele é repetente e disse que se esse ano repetir de novo ela larga tudo.
EMILY- por que já estão discutindo? _ chego perguntando e as duas me olham.
CAMILA- Suelen que parece que não pode ver um macho que fica com fogo no cu. _ ela fala e eu dou risada.
SUELEN- eu hein, já viu o tanto de macho bonito e gostoso que chegou nesse morro, em menos de uma dia eles já fizeram pelo morro o que vigário nunca fez. _ ela fala e vamos descendo o morro em direção a escola.
EMILY- meu pai disse que uma nova facção tomou a maré. _ eu falo e Camila n**a.
CAMILA- não amiga, na verdade pelo que fala os chefes do CV matou o vigário e agora a maré e o TCP são deles, mas não vão ser eles os donos. _ ela fala e eu não entendo nada.
EMILY- para mim tu ta falando grego. _ eu falo e elas dão risada.
SUELEN- e aí gatinha em que casa vamos fazer o trabalho? _ pergunta.
CAMILA- na dela com certeza. _ ela fala e eu concordo- sabia, jamais seu pai deixaria você sair de casa. _ ela fala e Suelen sorri travessa.
SUELEN- ele não vai estar em casa? _ pergunta e eu n**o- então esse vai ser o dia, já falaram que vai ter um pagode na praça para o novo chefe que chega bem nesse fim de semana do trabalho, é a chance de tu conhecer um pouco do mundo. _ ela fala e eu já n**o.
CAMILA- amiga eu não acho certo você sair de casa assim não, mas se quiser ir podemos te levar. _ entre Camila e Suelen, Camila é a mais sensata e responsável, Suelen é do tipo livre leve e f**a-se como ela mês diz, já que eu não sou de falar palavrão.
EMILY- eu não sei se é uma boa ideia e eu nem tenho roupa para isso. _ falo e do nosso lado passa algumas motos, vejo uns homens bem bonitos mesmo e um deles está a frente, ele é moreno e tatuado, ele mira a Camila de cima abaixo e sinto meu rosto ficar vermelho por ela.
CAMILA- é eles são lindos mesmo. _ ela fala e Suelen faz cara de deboche para ela. - Vamos entra. _ ela fala quando chegamos no portão da escola, me viro de costas e dou tchau para o meu pai, lógico que falamos o mais baixo possível pra ele não ouvir e ele não fica muito perto pra conseguir também. Sento na minha cadeira e respiro fundo, penso como é viver assim como elas, as duas são bem alegres, ambas tem algumas tatuagens e no insta. gram delas eu vejo várias foto delas se divertindo, Camila sempre em lugares mais reservados, já Suelen mais na bagunça, mas ainda sim elas se divertem muito. Vejo a alana que vive pegando no meu pé se aproximando e já reviro os olhos esperando as mesmas provações de sempre, já perdeu até a graça, mas ela não se cansa.- se ela começar eu já vou descer a mão nela._ ela fala eu sorrio e n**o pra ela não fazer nada, alana passa do nosso lado e senta mais para trás e eu agradeço a deus mentalmente por isso, a professora entra na sala e eu tento focar no que ela fala, mas a minha mente só vai no convite que Suelen me fez.
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